Enquanto eu ainda andar pelo vale das sombras, pagando o preço justo pelos meus pecados, ficarei satisfeito com isso que se chama vida… Vida ou Meia-vida? Nem eu sei dizer, nada mais faz sentido, já se foram três anos desde que ela partiu, na verdade, eu a fiz partir. Era uma bela noite de abril se não estou enganado, depois de alguns drinks numa espelunca qualquer voltei para casa um “pouco” embriagado. Uma raiva das últimas semanas se acumulou em minha cabeça, olhei para ela e não vi aquela bela mulher com a qual eu havia me casado, mas sim uma vadia, que não merecia viver, não sei porque tive essa visão, agora não importa, ela veio carinhosa, eu fui rude, mas lhe dei uma última noite de prazer, usei um pouco de minha força no pescoço dela,ela tentava gritar, mas não conseguia, aquilo me excitava, a falha tentativa de gritar daquela mulher, eu soltei o pescoço da vadia, ela tossiu um pouco, mas continuou o “serviço”, olhei para o criado-mudo ao lado da cama, e olhei para os olhos dela, fechados de tanto prazer, uma tesoura, eu a peguei, ela está no auge, começo a cortar o rosto dela, ela grita, um grito agudo, sim é isso… Isso me dá prazer, o grito de dor de uma mulher, olho para o pescoço dela, pescoço fino, o sangue do rosto dela escorre um pouco, a cama está com um pouco de sangue, corto o pescoço da piranha o sangue jorra como em uma fonte, ela não conseguiu terminar seu último grito de dor… O silêncio, sim, o silêncio, acho que me excita mais do que os gritos da vadia, principalmente o silêncio logo após a morte de uma mulher. O cheiro do sangue em minhas narinas, tão doce… Não fiz questão de esconder o corpo, já fui condenado à morte por esse brutal assassinato, não sei quando vou cumprir minha pena, mas não importa, o preço é justo, não me arrependo de nada, há não ser de não ter fugido, pois preso nunca mais sentirei aquela sensação de prazer novamente, não aqui, enquanto vago sozinho pelo vale das sombras.
Publicado originalmente em janeiro de 2008 sob pseudônimo Samuel West